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Ginecomastia: o que é, causas e como funciona a cirurgia para correção da mama masculina

A ginecomastia é uma condição que costuma gerar dúvidas, constrangimento e até sofrimento emocional em muitos homens — e também em familiares que percebem mudanças físicas e não sabem o que está acontecendo.
Trata-se do aumento benigno do tecido mamário masculino, uma alteração hormonal que pode surgir em diferentes fases da vida e que, felizmente, tem diagnóstico e tratamento eficazes.

Neste conteúdo, você vai entender o que é a ginecomastia, porque ela acontece, como diferenciá-la do acúmulo de gordura e quando a cirurgia é indicada para restaurar o contorno natural do tórax e a autoconfiança.

O que é ginecomastia?

A ginecomastia é o crescimento anormal do tecido mamário em homens, o que causa volume aumentado e, em alguns casos, aparência semelhante à mama feminina.

Essa alteração pode ocorrer em uma ou ambas as mamas e é resultado de um desequilíbrio hormonal entre estrogênio e testosterona — hormônios naturalmente presentes no organismo masculino e feminino, mas que devem estar em proporção equilibrada.

Quando o estrogênio (hormônio feminino) se torna mais ativo em relação à testosterona, o tecido glandular da mama tende a se desenvolver. Esse processo pode acontecer em diferentes fases da vida:

  • Na infância ou adolescência: devido às mudanças hormonais da puberdade.
  • Na fase adulta: por envelhecimento, uso de certos medicamentos, anabolizantes ou doenças que interferem na produção hormonal.

Em muitos casos, a ginecomastia é temporária e desaparece espontaneamente. Mas, quando o aumento persiste, é essencial procurar avaliação médica para identificar a causa e definir o melhor tratamento.

Quais são as causas da ginecomastia?

As causas da ginecomastia podem variar bastante — desde mudanças hormonais naturais até condições clínicas específicas ou o uso de certos medicamentos. O ponto em comum é sempre o desequilíbrio entre testosterona e estrogênio, que faz com que o tecido glandular da mama masculina aumente.

Entre as causas mais frequentes estão:

  • Alterações hormonais da puberdade: é comum que adolescentes apresentem aumento temporário das mamas, que costuma regredir espontaneamente em até dois anos.
  • Envelhecimento: com o passar do tempo, a produção de testosterona diminui, e a ação relativa do estrogênio pode se tornar mais evidente.
  • Uso de anabolizantes ou esteroides: o uso indevido dessas substâncias altera o equilíbrio hormonal, favorecendo o crescimento do tecido mamário.
  • Medicamentos e substâncias: alguns antidepressivos, ansiolíticos, anti-hipertensivos, antiandrógenos, entre outros, também podem provocar ginecomastia.
  • Doenças hepáticas, renais ou endócrinas: alterações no fígado, nos rins ou na tireoide podem impactar a metabolização hormonal.
  • Fatores genéticos ou idiopáticos: em alguns casos, não há uma causa claramente identificável — mas o aumento das mamas ainda ocorre e deve ser avaliado.

Em qualquer situação, é importante ressaltar que a ginecomastia não está ligada a feminização, falta de virilidade ou problemas de caráter estético isolado. Trata-se de uma condição médica, e o diagnóstico individualizado é o primeiro passo para tratá-la com segurança.

Durante a consulta, o médico pode solicitar exames hormonais e de imagem, como ultrassonografia das mamas, para confirmar se o aumento é realmente glandular e investigar possíveis causas subjacentes.

Ginecomastia x pseudoginecomastia: qual a diferença?

Nem todo aumento no volume do peito masculino é, de fato, ginecomastia. Em muitos casos, o que parece ser crescimento do tecido mamário é apenas acúmulo de gordura na região peitoral — condição chamada de pseudoginecomastia.

A ginecomastia verdadeira acontece quando há crescimento do tecido glandular da mama, causado por desequilíbrio hormonal. Já a pseudoginecomastia ocorre por excesso de tecido adiposo (gordura), geralmente associado ao sobrepeso ou obesidade.

Essa distinção é essencial, pois cada caso requer uma abordagem diferente:

  • Ginecomastia verdadeira: o tratamento costuma envolver remoção do tecido glandular, podendo ser associada à lipoaspiração para melhorar o contorno torácico.
  • Pseudoginecomastia: pode ser tratada apenas com lipoaspiração, sem necessidade de retirar glândulas mamárias.

Um dos erros mais comuns é tentar identificar a diferença apenas visualmente. Por isso, o ideal é buscar avaliação médica especializada, que inclui exame físico detalhado e, quando necessário, ultrassonografia, capaz de mostrar se há glândula ou apenas gordura. Esse diagnóstico preciso evita procedimentos desnecessários e garante um resultado mais natural e seguro.

Como é feito o diagnóstico da ginecomastia?

O diagnóstico da ginecomastia começa com uma avaliação clínica detalhada, feita por um cirurgião plástico ou mastologista especializado. Durante a consulta, o médico analisa o histórico do paciente, os sintomas, o uso de medicamentos e realiza o exame físico da região mamária, observando consistência, volume e sensibilidade.

Em muitos casos, só o exame clínico já é suficiente para identificar se o aumento é glandular ou gorduroso. Mas, quando há dúvidas, o médico pode solicitar exames complementares, como:

  • Ultrassonografia das mamas: ajuda a diferenciar o tecido glandular da gordura e a identificar eventuais nódulos.
  • Dosagem hormonal: avalia os níveis de testosterona, estrogênio e outros hormônios que podem estar em desequilíbrio.
  • Exames de função hepática, renal e tireoidiana: verificam se há doenças associadas que interferem na produção ou metabolização hormonal.

O objetivo dessa investigação é entender a causa do aumento mamário para indicar o tratamento mais adequado. É importante lembrar que o autoexame ou palpação em casa não substituem a consulta médica, já que apenas o especialista tem o conhecimento e os recursos necessários para um diagnóstico seguro e preciso.

Tratamento e cirurgia de ginecomastia

O tratamento da ginecomastia depende diretamente da causa identificada durante a avaliação médica. Em adolescentes e jovens, por exemplo, a condição pode ser temporária e regredir espontaneamente conforme o equilíbrio hormonal se restabelece. Nesses casos, o acompanhamento clínico costuma ser suficiente.

Quando o aumento das mamas persiste, causa dor, desconforto físico ou constrangimento estético, o tratamento cirúrgico passa a ser a melhor opção. A cirurgia de ginecomastia é segura, com resultados naturais e recuperação rápida — permitindo que o paciente recupere o contorno do tórax e a confiança no próprio corpo.

Como é feita a cirurgia

A cirurgia de ginecomastia é realizada sob anestesia local com sedação ou anestesia geral, dependendo do volume mamário e da preferência do cirurgião e do paciente. O procedimento pode durar de 1 a 2 horas, e normalmente o paciente tem alta no mesmo dia.

Durante a cirurgia, o médico realiza:

  1. Remoção do tecido glandular responsável pelo aumento da mama;
  2. Lipoaspiração complementar, se houver acúmulo de gordura na região, para aprimorar o contorno torácico;
  3. Sutura discreta e posicionamento de curativos e malha compressiva.

As incisões são pequenas e posicionadas de forma estratégica, geralmente na borda inferior da aréola, o que torna a cicatriz quase imperceptível após a recuperação.

O resultado final é um tórax mais firme e proporcional, com aparência natural e harmônica.

Cuidados no pós-operatório

O pós-operatório da cirurgia de ginecomastia é, em geral, tranquilo e com recuperação progressiva. Ainda assim, seguir as orientações médicas é essencial para garantir uma boa cicatrização e o melhor resultado estético possível.

Nas primeiras semanas, o paciente deve usar malha compressiva — uma faixa elástica ajustada ao tórax — para reduzir o inchaço, ajudar na aderência da pele e manter o contorno correto da região operada. É importante evitar esforços físicos, atividades intensas e exercícios de braço até liberação médica.

Outros cuidados importantes incluem:

  • Manter a postura ereta e dormir de barriga para cima nas primeiras semanas;
  • Evitar exposição solar direta sobre as cicatrizes;
  • Usar os medicamentos prescritos (analgésicos ou anti-inflamatórios) conforme orientação;
  • Comparecer às consultas de retorno, para que o cirurgião avalie a evolução da recuperação.

É normal haver inchaço e leve sensibilidade nos primeiros dias, mas esses sintomas diminuem gradualmente. A maioria dos pacientes retorna ao trabalho em poucos dias, especialmente quando a atividade não exige esforço físico.

Com o passar das semanas, o tórax adquire um contorno mais definido e natural. Com o acompanhamento correto, as cicatrizes tendem a ficar discretas e bem posicionadas, tornando-se quase imperceptíveis.

Impactos da ginecomastia na autoestima e qualidade de vida

Mais do que uma questão estética, a ginecomastia pode afetar de forma profunda a autoestima e o bem-estar psicológico dos homens. É comum que o paciente sinta vergonha do próprio corpo, evite tirar a camisa em público ou até deixe de praticar esportes e atividades sociais. Esse desconforto, muitas vezes silencioso, interfere na autoconfiança, na vida íntima e nas relações interpessoais.

A cirurgia corretiva representa, portanto, mais do que uma mudança física — ela devolve liberdade, conforto e segurança. Ao restaurar o contorno natural do tórax, o homem passa a se reconhecer novamente, sem o peso do constrangimento e com a confiança renovada.

Cada caso é único, e o acompanhamento médico personalizado faz toda a diferença. O objetivo não é apenas remover o excesso de tecido, mas reconstruir a relação do paciente com o próprio corpo — de forma saudável, segura e com resultados duradouros.

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